terça-feira, 28 de setembro de 2010

Os Equinodermos


Os equinodermos são os seres do filo Echinodermata (do grego echinos, espinho + derma, pele + ata, caracterizado por), pertencente à clado Deuterostomia do reino Animalia. São animais marinhos, de vida livre, exceto por alguns crinóides que vivem fixos ao substrato rochoso (sésseis) e de simetria radial que também apresentam sua exceção: as estrelas-pena ou comatulídeos, que se locomovem utilizando os braços. Como exemplo podem ser citados os equinodermos: estrela-do-mar, holotúria e ouriço-do-mar.Este filo surgiu no período Cambriano recente e contêm cerca de 7.000 espécies viventes e 13.000 extintas.
Estes animais se aproximam muito dos cordados por possuírem celoma verdadeiro (de origem enterocélica) e por serem deuterostômios, ou seja, o orifício embrionário conhecido como blastóporo origina o ânus dos indivíduos.
Na fase larval os equinodermos possuem simetria bilateral, vindo desenvolver a simetrial radial somente no adulto. As larvas são livres natantes e semelhantes a embriões de cordados. Depois, o lado esquerdo do corpo se desenvolve mais que o direito, que é absorvido, e organiza-se numa simetria radial, em que o corpo é arranjado em partes em volta de um eixo central. Esta é basicamente pentâmera, ou seja, os elementos geralmente se dispõem em 5 ou múltiplos de 5. Possuem esqueleto formado por placas calcárias, coberto por fina camada epidérmica. O endoesqueleto mesodérmico é formado de pequenas placas de calcário e espinhos, que formam um rígido suporte que contem em si os tecidos do organismo; alguns grupos têm espinhos modificados chamados pedicelários que possibilitam a vida livre.
Os equinodermos tipicamente possuem um sistema hidrovascular ou sistema aquífero (também denominado sistema ambulacral), que funciona na locomoção destes animais. O sistema hidrovascular funciona através de um sistema de canais hidráulicos, nos quais a diferença de pressão produz movimentos físicos. Também existem ventosas nas extremidades dos canais que permitem ao animal fixar-se ao substrato, exceto os representantes da classe Ophiuroidea.
Eles têm um sistema nervoso radial simples que consistem em uma rede nervosa modificada (neurônios interconectados sem nenhum órgão central) e composto por anéis nervosos nervos radiais em volta da boca se estendendo por cada braço. Os ramos desses nervos coordenam o movimento do animal. Os equinodermos não têm cérebro, embora alguns possam ter gânglios.
Os espinhos estão presentes em diversos formatos nos grupos de equinodermos, e atuam com a função de proteger o animal e para a locomoção. Podem ser recobertos por substâncias de caráter tóxico.
Muitos equinodermos têm notável poder de regeneração: uma estrela-do-mar cortada radialmente em várias partes vai, depois de alguns meses, regenerar em tantas estrelas viáveis quantas foram as partes separadas. O corte de um braço(com uma parte proporcional de massa da parte central e de tecido nervoso) vai, em circunstâncias ideais, regenerar do mesmo modo.
Os sexos normalmente são separados. A reprodução sexual tipicamente consiste de liberação de ovos e espermas na água, com a fecundação acontecendo externamente.
Formas fósseis incluem os blastóides, edrioasteróides, e vários outros animais do Cambriano conhecidos como Helicoplacus, carpóides, Homalozoa, e eocrinóides como a Gogia.
Os Echinodermata são invertebrados exclusivamente marinhos, não possuindo representantes que habitem o meio terrestre ou dulcícola.

Se alimentam assim:

As estrelas-do-mar (Asteróides) são carnívoras e predadoras, seu alimento preferido são as ostras. Apesar da potente musculatura das ostras, as estrelas-do-mar conseguem abrir-lhe as valvas, introduzir seu estômago e lançar enzimas, ocorrendo uma digestão externa.
As espécies de águas profundas são comumente comedoras de depósito. As estrelas-do-mar alimentam-se de moluscos, crustáceos, vermes tubícolas e outros invertebrados, inclusive Equinodermos. Algumas se alimentam de matéria orgânica em suspensão. Animais pequenos e ativos, até peixes. Podem se alimentar ainda de conchas, se fixando em cima delas e aguardando até que se abram..

Os ouriços-do-mar(Echinoidea), alimentam-se de algas, que são trituradas pelos dentes calcários, que formam a lanterna de Aristóteles..
A maior parte dos ouriços-do-mar se alimentam de plantas marinhas, matéria animal morta e pequenos organismos. Bolachas-da-praia alimentam-se de partículas orgânicas da areia ou do lodo através de ingestão direta ou por meio de rede de muco..

A Serpente-do-mar(ofiúros), alimentam-se de pequenos crustáceos, moluscos e outros animais e detritos do fundo; podem servir de alimentos a peixes..

As holotúrias são comedoras de suspensões e de depósitos. A superfície tentacular coberta de muco capta partículas quando varre o fundo ou quando se estende n'água. O material celerado é removido pela ação sugadora da faringe quando os tentáculos são colocados na boca..

Os lírios-d-mar (crinóides ),Alimentam-se de plâncton e de detritos, colhidos pelos tentáculos e dirigidos à boca pelos cílios. São comedores de suspensões e os pés ambulacrários, ao entrarem em contato com o zooplâncton ou outras partículas suspensas, efetuam movimentos, levando as partículas para o sulco ambulacrário..

Tratado de Tordesilhas


O Tratado de Tordesilhas, assinado na povoação castelhana de Tordesilhas em 7 de Junho de 1494, foi um tratado celebrado entre o Reino de Portugal e o recém-formado Reino da Espanha para dividir as terras "descobertas e por descobrir" por ambas as Coroas fora da Europa. Este tratado surgiu na sequência da contestação portuguesa às pretensões da Coroa espanhola resultantes da viagem de Cristóvão Colombo, que ano e meio antes chegara ao chamado Novo Mundo, reclamando-o oficialmente para Isabel a Católica. O tratado definia como linha de demarcação o meridiano 370 léguas a oeste da ilha de Santo Antão no arquipélago de Cabo Verde. Esta linha estava situada a meio-caminho entre estas ilhas (então portuguesas) e as ilhas das Caraíbas descobertas por Colombo, no tratado referidas como "Cipango" e Antília. Os territórios a leste deste meridiano pertenceriam a Portugal e os territórios a oeste, à Espanha. O tratado foi ratificado pela Espanha a 2 de Julho e por Portugal a 5 de Setembro de 1494.
Algumas décadas mais tarde, na sequência da chamada "questão das Molucas", o outro lado da Terra seria dividido, assumindo como linha de demarcação, a leste, o antimeridiano correspondente ao meridiano de Tordesilhas, pelo Tratado de Saragoça, a 22 de Abril de 1529.
No contexto das Relações Internacionais, a sua assinatura ocorreu num momento de transição entre a hegemonia do Papado, poder até então universalista, e a afirmação do poder singular e secular dos monarcas nacionais - uma das muitas facetas da transição da Idade Média para a Idade Moderna.
Para as negociações do Tratado e a sua assinatura, João II de Portugal designou como embaixador a sua prima de Castela (filha de uma infanta portuguesa) a D. Rui de Sousa. Os originais de ambos os tratados estão conservados no Archivo General de Indias na Espanha e no Arquivo Nacional da Torre do Tombo em Portugal

O pionerismo Portugues


O período das Grandes Navegações e a consolidação da economia mercantil dentro da Europa estabeleceu um novo tipo de relação entre as nações européias. O interesse na conquista de novas rotas comerciais e a descoberta de áreas de colonização permitiu uma relação competitiva entre as nações européias. O controle de uma terra distante e a descoberta de um novo ponto comercial significava a possibilidade de fortalecimento do Estado por meio da expansão de suas atividades mercantis.

Apesar de termos essa situação competitiva se desenvolvendo ao longo da Idade Moderna, o papel pioneiro desempenhado pela nação portuguesa colocou este Estado à frente de outros países durante um bom tempo. Para que possamos entender essa diferença de Portugal em relação ao restante da Europa, é necessário que visualizemos uma série de acontecimentos históricos que contribuíram diretamente para que a nação lusitana fosse a primeira potência marítima de seu tempo.

Um dos pontos que primeiramente diferencia o caso português está relacionado ao processo de formação de sua monarquia nacional. Ao contrário dos longos e desgastantes conflitos que marcam a grande maioria dos processos de formação das monarquias nacionais, Portugal formou um estado centralizado em um relativo curto período de tempo. Já no século XIV, a chamada dinastia de Avis havia fixado uma situação política estável naquele país.

Além disso, devemos também salientar alguns outros aspectos de ordem histórico-geográfica que contribuíram enormemente na vanguarda marítima lusitana. A sua posição geográfica privilegiada transformava o litoral português em ponto de chegada e partida de várias embarcações que circulavam por diversos mares e, principalmente, pelo Oceano Atlântico. Não por acaso, a classe mercantil desse país teve a oportunidade de firmar laços comerciais com diferentes nações.

Sob o ponto de vista tecnológico, Portugal também ocupava uma posição privilegiada em comparação às outras nações do Velho Mundo. Nas primeiras décadas do século XV, com o incentivo do infante Dom Henrique, vários navegadores, cartógrafos, astrônomos, matemáticos e construtores se reuniram em torno do aprimoramento das técnicas de navegação. Tal concentração de estudiosos formou a chamada Escola de Sagres, nome que designa a presença desses vários profissionais na região do Algarve.

Dessa forma, os portugueses se aproveitaram de uma situação de cunho histórico, político, geográfico e econômico que ofereceu claras vantagens na corrida pelos mares. Ao longo do século XV, a conquista de vários pontos do litoral africano, de algumas ilhas atlânticas e a ultrapassagem do Cabo da Boa Esperança marcaram a expansão marítima dessa nação. No fim desse mesmo século, esse ciclo de descobertas se encerra com a chegada ao Brasil, oficializada no ano de 1500.

O comercio das especiarias


As especiarias abrangem um vasto leque de produtos comerciais, na sua maioria de origem vegetal, e uma minoria de origem animal, que são utilizados como condimentos da cozinha, nas mezinhas, como mascatórios, excitantes ou drogas, para perfumar ou para tingir produtos. Algumas das especiarias podem, aliás, concentrar várias destas funções ou aplicações.
Na Idade Média, estes produtos tinham já uma larga difusão, apesar de serem raros e por isso muito dispendiosos. Aliás, a preciosidade e raridade das especiarias fazia aumentar a procura por parte dos mercadores, uma vez que o seu comércio lhes trazia avultados lucros.
Na África, os mercadores encontravam a pimenta vermelha, também chamada malagueta, na Gâmbia e no Golfo da Guiné. Nesta última região havia igualmente uma variedade da pimenta preta indiana. Na Ásia havia, sobretudo, seis tipos de especiarias: a pimenta, o gengibre, a canela, o cravo, as maçãs e a noz moscada, provenientes da costa de Malabar (costa ocidental) na Índia, através do entreposto de Calecute; de Ceilão, do Noroeste de Sumatra (Aceh), das ilhas Comores (estas na África Oriental); das ilhas da Banda (Java, por exemplo, ou Balí) e do arquipélago das Molucas. Curiosamente, todos estes lugares foram "descobertos" e controlados pelos portugueses durante o período da sua expansão marítima, proporcionando uma das suas maiores riquezas. Na verdade, este monopólio das especiarias africanas e, sobretudo, das asiáticas, rendia à coroa portuguesa à volta de 89% de lucro líquido, o que justificava o esforço e as despesas com este comércio marítimo asiático no século XVI.
O crescimento deste comércio foi ininterrupto desde o momento em que os portugueses trouxeram malagueta africana para Lisboa, depois de 1450, até ao final do seu domínio asiático, que decaíu a partir da segunda metade do século XVI.

O barroco


Barroco foi o nome dado ao estilo artístico que floresceu na Europa, América e em alguns pontos do Oriente entre o início do século XVII e meados do século XVIII. De certa forma o Barroco foi uma continuação natural do Renascimento, porque ambos os movimentos compartilharam de um profundo interesse pela arte da Antiguidade clássica, com a diferença de a interpretarem e expressarem esse interesse de formas distintas. Enquanto que no Renascimento as qualidades de moderação, economia formal, austeridade, equilíbrio e harmonia eram as mais buscadas, o tratamento barroco de temas idênticos mostrava maior dinamismo, contrastes mais fortes, maior dramaticidade, exuberância e realismo e uma tendência ao decorativo, além de manifestar uma tensão entre o gosto pela materialidade opulenta e as demandas de uma vida espiritual. Mas nem sempre estas características são evidentes ou se apresentam todas ao mesmo tempo, houve uma grande variedade de abordagens estilísticas que foram englobadas sob a denominação genérica de "arte barroca", com certas escolas mais próximas do classicismo renascentista e outras mais afastadas dele. As mudanças introduzidas pelo espírito barroco se originaram, pois, de um profundo respeito pelas conquistas das gerações anteriores, e de um desejo de superá-las com a criação de obras originais, dentro de um contexto social e cultural que já se havia modificado profundamente em relação ao período anterior

A contra reforma


Contrarreforma ou Contra-reforma, também denominada Reforma Católica é o nome dado ao movimento criado no seio da Igreja Católica em resposta à Reforma Protestante iniciada com Lutero, a partir de 1517. Em 1543, a igreja Católica Romana convocou o Concílio de Trento estabelecendo entre outras medidas, a retomada do Tribunal do Santo Ofício (inquisição), a criação do "Index Librorum Prohibitorum", com uma relação de livros proibidos pela igreja e o incentivo à catequese dos povos do Novo Mundo, com a criação de novas ordens religiosas dedicadas a essa empreitada, incluindo aí a criação da Companhia de Jesus. Outras medidas incluíram a reafirmação da autoridade papal, a manutenção do celibato, a criação do catecismo e seminários, a proibição das indulgências

terça-feira, 21 de setembro de 2010

O concílio de trento

Apesar do movimento luterano ter iniciado em 1517 e toda a Igreja sentir a necessidade urgente de uma reforma “na cabeça e nos membros”, muitos obstáculos se antepunham à convocação de um Concílio Ecumênico: a Cúria romana temia perder privilégios, o papa receava o Conciliarismo (teoria pela qual o Concílio está acima do papa), a França queria abater a hegemonia européia do Império Romano Germânico e os príncipes protestantes não pretendiam devolver os bens conquistados.

Após duas tentativas do Papa Paulo III, somente em 1544, com a paz entre o imperador Carlos V e o rei francês Francisco I, criaram-se condições favoráveis e, com a Bula “Laetare Jerusalem”, foi convocado o Concílio para o ano seguinte, em Trento, território feudal neutro.

Foi uma história demorada, com muitos conflitos de interesses, a oposição sistemática de príncipes protestantes, violentos escritos de Lutero no início e desacordos entre o papa e o imperador. Contudo, os 18 anos de duração do Concílio ofereceram à Igreja verdadeiros instrumentos de renovação e reforma, dando-lhe uma fisionomia que, em linhas gerais, ainda perdura.

• PRIMEIRA FASE (1545-1547): foram enfrentados, ao mesmo tempo, as questões dogmáticas e disciplinares. Contudo, devido ao medo de uma invasão de príncipes protestantes e às ingerências do Imperador, Paulo III suspendeu o Concílio. Temas tratados: a Escritura e a Tradição como fontes da fé; o pecado original, a doutrina da justificação, dos sacramentos em geral e do batismo e confirmação em particular. Os titulares de benefícios eclesiásticos (bispos, cardeais, abades, padres) sãoobrigados a residir onde tinham sido nomeados.

• SEGUNDA FASE (1551-1552): o Papa Júlio III reabriu a Assembléia conciliar. Compareceram os delegados de três príncipes e seis cidades protestantes alemãs, exigindo a anulação da sessão anterior e a proclamação da superioridade do Concílio sobre o papa. Pelo temor de ataques militares, o Concílio foi novamente suspenso. Temas tratados: a eucaristia e os sacramentos da penitência e da extremaunção
TERCEIRA FASE (1561-1563): foi marcada pela presença do enérgico Pio IV, ajudado pelo sobrinho Carlos Borromeu, futuro arcebispo de Milão. Discutiu-se muito sobre o tema do episcopado: como conciliar os direitos dos bispos com o pri-mado papal? Os bispos foram instituídos por Cristo ou são representantes do papa? Deixa-se de lado a discussão doutrinal aumentando-se a autoridade dos bispos em suas dioceses. Define-se a hierarquia: bispos, sacerdotes e diáconos são de origem divina.

Temas tratados: a eucaristia e a missa. Proibiu-se a comunhão sob duas espécies e rejeitou-se a língua vernácula na liturgia. Reafirmou-se a sacramentalidade e indissolubilidade do matrimônio, as indulgências, o culto dos santos, das relíquias e das imagens. Decisões disciplinares: cada diocese devia ter seu seminário e selecionar melhor seus candidatos ao sacerdócio. Bispos e cardeais eram proibidos de serem titulares de mais de uma diocese
O Concílio de Trento não pôde restabelecer a unidade. Infelizmente, os dois lados não tinham mais condições de um diálogo verdadeiro e a Igreja católica não poderia renunciar a ser ela mesma. Sob o aspecto dogmático, os bispos reunidos em Trento deram uma resposta autêntica às dimensões e afirmações da Reforma luterana. Escolhendo uma doutrina fundamentada na Escritura e nos Santos Pais. A Igreja purificou e aperfeiçoou seu passado.

Afirmou-se como Corpo Místico de Cristo e, ao mesmo tempo, organismo jurídico, guarda e intérprete da verdade (função magisterial). Rejeitou o pessimismo protestante, pois a natureza humana não está totalmente corrompida, e o livre arbítrio apenas foi enfraquecido. Caráter real da justificação: somos justificados em Cristo e isso realmente nos faz justos. Distinção entre pecado e concupiscência. Para a clareza da fé católica, fez publicar a Profissão de Fé tridentina.

SIGNIFICADO DISCIPLINAR

Deu um vigoroso impulso à vida religiosa da Igreja. Fugindo da tentação do luxo e das artes, definiu como missão essencial da Igreja e de seus pastores a salvação das almas: “seja lei suprema a salvação das almas”. A reforma e exigência de seminários em cada diocese, rigor na seleção dos candidatos e acesso ao sacerdócio de ricos e pobres deu novo impulso à pastoral. Para a formação teológica, mais tarde Gregório XIII (1572-1585) criou em Roma a Universidade Gregoriana e seminários próprios para estudantes da Alemanha, Hungria e Inglaterra.

Os bispos passaram a ser obrigados a residir em suas dioceses e, a cada cinco anos, prestar contas ao papa de seu trabalho (Visita ad Limina). A Cúria romana foi reformulada e o governo da Igreja confiado a 15 Congregações. A antiga Inquisição foi reestruturada como um tribunal romano central, com o nome de Congregação do Santo Ofício. Para evitar confusão na mente dos fiéis, criou-se o Índice dos Livros proibidos (lista de obras proibidas aos católicos). Algumas recomendações conciliares, devido ao fato de exigirem longos estudos, foram publicadas anos depois por São Pio V: o Catecismo romano1566), o Breviário romano (1568) e o novo Missal romano (1570), que vigorou até 1969.




Houve uma certa lentidão na aplicação das normas da Reforma, com favorecimento ao conservadorismo. Ainda se tolerava o acúmulo de benefícios eclesiásticos, principalmente na Alemanha. Pouca reforma nos abusos que se verificavam nos conventos e muito lentamente se fundam os seminários. Passar da Igreja medieval-renascentista para a Igreja tridentina é uma tarefa que exigirá décadas. Todos eram favoráveis às reformas, desde que não atingissem seus privilégios pessoais.

Como pontos negativos da Igreja tridentina, poderíamos citar: excessiva centralização no papa e imagem da Igreja como estrutura de governo; clericalização da Igreja em detrimento dos leigos; separação do povo e do clero; rigidez litúrgica e acentuação do devocional na espiritualidade cristã, acentuando assim a contraposição àquilo que de positivo a Reforma protestante pedia: o uso da Bíblia, a Graça, a liturgia na língua do povo e a valorização do sacerdócio de todos os batizados.

O Concílio de Trento não pôde restabelecer a unidade. Infelizmente, os dois lados não tinham mais condições de um diálogo verdadeiro e a Igreja católica não poderia renunciar a ser ela mesma. Sob o aspecto dogmático, os bispos reunidos em Trento deram uma resposta autêntica às dimensões e afirmações da Reforma luterana. Escolhendo uma doutrina fundamentada na Escritura e nos Santos Pais. A Igreja purificou e aperfeiçoou seu passado.

Afirmou-se como Corpo Místico de Cristo e, ao mesmo tempo, organismo jurídico, guarda e intérprete da verdade (função magisterial). Rejeitou o pessimismo protestante, pois a natureza humana não está totalmente corrompida, e o livre arbítrio apenas foi enfraquecido. Caráter real da justificação: somos justificados em Cristo e isso realmente nos faz justos. Distinção entre pecado e concupiscência. Para a clareza da fé católica, fez publicar a Profissão de Fé tridentina.

SIGNIFICADO DISCIPLINAR

Deu um vigoroso impulso à vida religiosa da Igreja. Fugindo da tentação do luxo e das artes, definiu como missão essencial da Igreja e de seus pastores a salvação das almas: “seja lei suprema a salvação das almas”. A reforma e exigência de seminários em cada diocese, rigor na seleção dos candidatos e acesso ao sacerdócio de ricos e pobres deu novo impulso à pastoral. Para a formação teológica, mais tarde Gregório XIII (1572-1585) criou em Roma a Universidade Gregoriana e seminários próprios para estudantes da Alemanha, Hungria e Inglaterra.

Os bispos passaram a ser obrigados a residir em suas dioceses e, a cada cinco anos, prestar contas ao papa de seu trabalho (Visita ad Limina). A Cúria romana foi reformulada e o governo da Igreja confiado a 15 Congregações. A antiga Inquisição foi reestruturada como um tribunal romano central, com o nome de Congregação do Santo Ofício. Para evitar confusão na mente dos fiéis, criou-se o Índice dos Livros proibidos (lista de obras proibidas aos católicos). Algumas recomendações conciliares, devido ao fato de exigirem longos estudos, foram publicadas anos depois por São Pio V: o Catecismo romano1566), o Breviário romano (1568) e o novo Missal romano (1570), que vigorou até 1969.

UMA LONGA E DIFÍCIL TRANSIÇÃO

Houve uma certa lentidão na aplicação das normas da Reforma, com favorecimento ao conservadorismo. Ainda se tolerava o acúmulo de benefícios eclesiásticos, principalmente na Alemanha. Pouca reforma nos abusos que se verificavam nos conventos e muito lentamente se fundam os seminários. Passar da Igreja medieval-renascentista para a Igreja tridentina é uma tarefa que exigirá décadas. Todos eram favoráveis às reformas, desde que não atingissem seus privilégios pessoais.

Como pontos negativos da Igreja tridentina, poderíamos citar: excessiva centralização no papa e imagem da Igreja como estrutura de governo; clericalização da Igreja em detrimento dos leigos; separação do povo e do clero; rigidez litúrgica e acentuação do devocional na espiritualidade cristã, acentuando assim a contraposição àquilo que de positivo a Reforma protestante pedia: o uso da Bíblia, a Graça, a liturgia na língua do povo e a valorização do sacerdócio de todos os batizados.

O Concílio de Trento não pôde restabelecer a unidade. Infelizmente, os dois lados não tinham mais condições de um diálogo verdadeiro e a Igreja católica não poderia renunciar a ser ela mesma. Sob o aspecto dogmático, os bispos reunidos em Trento deram uma resposta autêntica às dimensões e afirmações da Reforma luterana. Escolhendo uma doutrina fundamentada na Escritura e nos Santos Pais. A Igreja purificou e aperfeiçoou seu passado.

Afirmou-se como Corpo Místico de Cristo e, ao mesmo tempo, organismo jurídico, guarda e intérprete da verdade (função magisterial). Rejeitou o pessimismo protestante, pois a natureza humana não está totalmente corrompida, e o livre arbítrio apenas foi enfraquecido. Caráter real da justificação: somos justificados em Cristo e isso realmente nos faz justos. Distinção entre pecado e concupiscência. Para a clareza da fé católica, fez publicar a Profissão de Fé tridentina.



Deu um vigoroso impulso à vida religiosa da Igreja. Fugindo da tentação do luxo e das artes, definiu como missão essencial da Igreja e de seus pastores a salvação das almas: “seja lei suprema a salvação das almas”. A reforma e exigência de seminários em cada diocese, rigor na seleção dos candidatos e acesso ao sacerdócio de ricos e pobres deu novo impulso à pastoral. Para a formação teológica, mais tarde Gregório XIII (1572-1585) criou em Roma a Universidade Gregoriana e seminários próprios para estudantes da Alemanha, Hungria e Inglaterra.

Os bispos passaram a ser obrigados a residir em suas dioceses e, a cada cinco anos, prestar contas ao papa de seu trabalho (Visita ad Limina). A Cúria romana foi reformulada e o governo da Igreja confiado a 15 Congregações. A antiga Inquisição foi reestruturada como um tribunal romano central, com o nome de Congregação do Santo Ofício. Para evitar confusão na mente dos fiéis, criou-se o Índice dos Livros proibidos (lista de obras proibidas aos católicos). Algumas recomendações conciliares, devido ao fato de exigirem longos estudos, foram publicadas anos depois por São Pio V: o Catecismo romano1566), o Breviário romano (1568) e o novo Missal romano (1570), que vigorou até 1969.

UMA LONGA E DIFÍCIL TRANSIÇÃO

Houve uma certa lentidão na aplicação das normas da Reforma, com favorecimento ao conservadorismo. Ainda se tolerava o acúmulo de benefícios eclesiásticos, principalmente na Alemanha. Pouca reforma nos abusos que se verificavam nos conventos e muito lentamente se fundam os seminários. Passar da Igreja medieval-renascentista para a Igreja tridentina é uma tarefa que exigirá décadas. Todos eram favoráveis às reformas, desde que não atingissem seus privilégios pessoais.

Como pontos negativos da Igreja tridentina, poderíamos citar: excessiva centralização no papa e imagem da Igreja como estrutura de governo; clericalização da Igreja em detrimento dos leigos; separação do povo e do clero; rigidez litúrgica e acentuação do devocional na espiritualidade cristã, acentuando assim a contraposição àquilo que de positivo a Reforma protestante pedia: o uso da Bíblia, a Graça, a liturgia na língua do povo e a valorização do sacerdócio de todos os batizados.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Residuos industriais

Resíduo industrial, vulgarmente chamado de lixo industrial, é o resíduo proveniente de processos industriais. É muito variado o processo de produção industrial o que gera grande variedade de resíduos sólidos, líquidos e gasosos. Diferentes são as indústrias e também os processos por elas utilizados e assim os dejetos resultantes. Alguns podem ser reutilizados ou reaproveitados. Muito do refugo das indústrias alimentícias são utilizados como ração animal. Por outro lado, o das que geram material químico são bem menos aproveitados por apresentarem maior grau de toxicidade, elevado custo para reaproveitamento (reciclagem), exigindo, às vezes, o uso de tecnologia avançada para tal.

A liberação de resíduos ou produtos “não-necessários” da indústria para o ambiente, pode causar a poluição do ar, da água e do solo.

No Brasil a indústria reduziu considerávelmente a poluição do ar, porém o descarte indevido e ilegal em locais clandestinos tem provocado uma considerável poluição do solo e contaminando as águas de superfícies, bem como as subterrâneas, os lençóis freáticos.

Um exemplo disso é o "Lixão do Mantovani" na região de Campinas, local que há anos recebeu resíduos das industrias e, principalmente, os Classe I - Perigosos, conforme especifica a NBr 10.004 da ABNT - Associação Brasileira de Normas Técnicas.

Este tipo de poluição industrial é um dos grandes problemas atuais e as soluções técnicas adequadas dependem de cada caso e é estudada por engenheiros da área química, ambiental ou sanitária.

Lulas


As pérolas perfeitas são muito raras e por estarem ocultas no interior das conchas, tornaram-se o símbolo do conhecimento velado e da sabedoria esotérica. São mencionadas, ao longo de milênios, na mística, na religião, na arte, folclore e literatura dos mais diferentes povos.

A cosmogonia dos Ahl-i Haqq, os Fiéis da Verdade no Irã, prega que no início não havia na Existência nenhuma criatura além da Verdade Suprema, única, viva e adorável. Ela morava na pérola onde ocultava sua essência. As ondas do mar a tudo guardavam

Pérola dos sonhos


Num célebre escrito gnóstico há uma passagem que compara a busca da pérola à da salvação do homem, o seu drama espiritual. Ao encontrar a pérola, o gnóstico completa a tarefa de sua vida. É necessário grande esforço para o conseguir, assim como à verdade e ao conhecimento, pois a pérola se esconde na concha, a concha está no fundo do mar e o mar coberto por ondas.


Peças da JM Com. e Lapidação de Pedras Preciosas Ltda.
No texto paleocristão "Physiologus" encontramos um trecho belíssimo que diz: "Há uma concha no mar que leva o nome de concha purpúrea. Ela emerge do fundo do mar . . . abre sua boca e bebe o orvalho do céu e o raio do sol, da lua e das estrelas, e por intermédio dessas luzes superiores produz a pérola".
Escritos cristãos antigos retratam o Cristo como "a grande pérola que Maria carrega".

A pérola é pura e preciosa, porque é retirada de uma água lodosa, de uma concha grosseira, e surge tão bela, tão límpida. Há uma certa aura de magia que a cerca.


A origem mítica mais comum menciona conchas fecundadas através de temporais, pelo trovão, o dragão celestial, e sendo alimentadas pela luz da lua, gerando então a pérola.

Os celtas usavam-nas para energizar um recipiente, conhecido como Vasilha Mãe, que mais tarde foi chamado Cálice Sagrado, fonte da imortalidade.

Poemas épicos indianos como o Ramayana e Mahabarata contém interessantes lendas sobre pérolas: "Após a criação do mundo os quatro elementos honraram o Criador, cada um com um presente. O Ar ofereceu-lhe um arco-iris; o Fogo uma estrela cadente; a Terra um precioso rubi e a Água uma pérola". Na Índia acreditava-se que as pérolas nasciam na testa, cérebro e estômago dos elefantes (animais sagrados), também nas nuvens, conchas, peixes, serpentes, bambus e ostras. Sendo propriedade exclusiva dos deuses, as pérolas das nuvens irradiavam boa sorte. As pérolas das serpentes possuíam um halo azul e descendiam de Va’Suki, soberano das serpentes. Os mortais muito raramente viam essas pérolas: somente os de grande mérito gozavam de tal privilégio.

Na Malásia acreditava-se que elas nasciam nos coqueiros, enquanto que na China supunha-se que elas cresciam num peixe parecido com a enguia, ou no cérebro do dragão.


Peças da JM Com. e Lapidação de Pedras Preciosas Ltda.
Lendas também falavam da pérola que crescia na cabeça do sapo. Shakespeare mencionaria essa crença milhares de anos após, em sua obra As You Like It: "Doce pode ser a adversidade da vida, que como o sapo, feio e peçonhento, na cabeça traz, todavia, uma jóia cingida".
Em sua simbologia a pérola está inegavelmente ligada à lua, à água e à mulher. Nascida das águas, numa concha, representa o princípio Yin, a feminilidade criativa. A semelhança entre a pérola e o feto lhe confere propriedades genésicas e obstétricas. Desse triplo simbolismo (Lua - Água - Mulher) derivam suas propriedades mágicas, medicinais, ginecológicas.

Na Pérsia antiga a pérola intacta era o símbolo da virgindade. O termo "furar a pérola da virgindade" está associado à consumação do matrimônio.

No Oriente é considerada afrodisíaca, fecundante, um talismã.

Na Grécia antiga era sinônimo de amor e casamento.


Na China e Índia é o símbolo da imortalidade, daí o fato de colocarem uma grande pérola na boca do morto, para regenerá-lo e inseri-lo num ritmo cósmico, cíclico, que, à imagem das fases da lua, pressupõe nascimento, vida, morte e renascimento.

Simbolismo forte também é o das pérolas enfiadas em um cordão. É o rosário, o sutratma, a cadeia dos mundos, penetrados e unidos por Atma, o Espírito Universal.


Peças da JM Com. e Lapidação de Pedras Preciosas Ltda.
Assim, o colar de pérolas simboliza a unidade cósmica do múltiplo, a integração dos elementos dissociados de um ser na unidade da pessoa, o relacionamento espiritual de universo desequilibrado, da unidade rompida.
Já esteve associada às lágrimas, mas como símbolo da virtude que fortifica os espíritos vitais que nascem do coração. Há um dito muito conhecido por joalheiros da Europa oriental que diz: "As pérolas em que acreditamos nos trazem lágrimas prateadas como a lua, mas são lágrimas de alegria".


Pérolas na medicina popular: A pérola já foi empregada para tratamentos de saúde por diversas culturas, ocupando lugar de destaque na antiga farmacologia. Foram usadas como afrodisíaco e moídas serviam de cosméticos aos antigos egípcios e chineses; aplicadas à pele, mantinham-lhe o resplendor e o brilho sedutor e iridescente da pérola. Esta serve, na Índia, de panacéia; é boa contra as hemorragias, a icterícia, a loucura, o envenenamento, as doenças dos olhos, a tuberculose etc. Na Europa era utilizada para tratar melancolia, a epilepsia, a demência. A terapêutica hindu moderna utiliza o pó das pérolas por suas propriedades revigorantes e afrodisíacas. Na China, a medicina utilizava unicamente a pérola virgem, não perfurada, que tinha a atribuição de curar todas as doenças dos olhos. A medicina árabe reconhece na pérola virtudes idênticas. As pérolas queimadas eram usadas nas doenças do coração, dificuldades digestivas, doenças mentais e mau hálito. No tratamento contra enxaquecas, úlceras, cataratas e problemas oculares, os pacientes inalavam pó queimado. Aplicado à pele curava a lepra; aplicado sobre os dentes, como pasta, fortalecia esmalte e gengivas. Julgava-se ainda que era eficiente contra gota, varíola, doenças pulmonares e malária; mas os únicos poderes medicinais cientificamente comprovados da pérola são os de antiácido e adstringente.

Atualmente estão destituídas da área da Saúde no Ocidente, no entanto curandeiros indianos ainda as utilizam em antigos métodos. Na China pode-se encontrar o pó de pérolas. Os comprimidos de pérolas moídas são vendidos em farmácias do Japão como fonte de energia e cálcio.